VÍDEOS: Bom Dia Rio de quarta, 19 de novembro de 2025
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Carteira de trabalho Marcelo Camargo / Agência Brasil O "Coluna Trabalho" é um quadro que acontece ao vivo no RJ1, semanalmente. Para esta semana, estão em d
Drogas apreendidas dentro da unidade de ensino da Prefeitura do RJ Reprodução/TV Globo A polícia localizou, na manhã desta quarta-feira (19), um esconderijo
Passageiros pulam catracas da Supervia em dia de megaoperação no Rio Depois de quase 30 anos, os trens que cortam boa parte do Rio de Janeiro e da Baixada Flu...
Passageiros pulam catracas da Supervia em dia de megaoperação no Rio Depois de quase 30 anos, os trens que cortam boa parte do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense vão mudar de mãos. Após sucessivos adiamentos, a Supervia anunciou que deixa a operação no dia 16 de março de 2026. Mas ainda não se sabe quem vai assumir o serviço: o governo do estado pretende definir o novo operador em dezembro. Enquanto a definição não vem, a única certeza é que a nova empresa terá um desafio enorme pela frente: insegurança, lotação e sucateamento são uma rotina nas linhas. A equipe do RJ2 percorreu toda a malha ferroviária nas últimas semanas e acompanhou de perto a rotina dos passageiros nos ramais de Deodoro, Santa Cruz e Paracambi, e flagrou até tráfico e consumo de drogas em estações. Ponto de venda de droga em área da estação da Supervia no Rio Reprodução/TV Globo Mais de 100 estações em 270 km de malha Os cinco ramais e três extensões dos trens do RJ têm 270 km de trilhos e 104 estações Reprodução/TV Globo O sistema ferroviário do Rio tem 270 quilômetros de trilhos, 5 ramais, 3 extensões e 104 estações. Os trens transportam cerca de 300 mil passageiros por dia, conectando a capital a cidades do entorno. Em Senador Camará e Padre Miguel, usuários de drogas circulam livremente e há pontos de venda de entorpecentes dentro das áreas da estação. Consumo de drogas em estação de trem no Rio Reprodução/TV Globo No ramal Japeri, a situação se repete: usuários de drogas nas estações, vandalismo nos vagões, bancos destruídos e intervalos longos entre os trens. Em Paracambi, a última estação do ramal, falta até banheiro para os passageiros. “Você paga a passagem, paga tudo, tem que ter um banheiro”, reclama Idalino Neto Bezerra de Souza, carpinteiro. Em Deodoro, passageiros se arriscam pelos trilhos e vagões abandonados formam um “cemitério de trens”. Cemitério de trens da Supervia Reprodução/TV Globo Superlotação A superlotação é um dos principais problemas enfrentados diariamente: “Quando tem jogo funciona que é uma beleza. Agora, quando não tem... a gente passa muito sufoco aqui. É muito ruim, moço...”, relata uma passageira. Outro usuário completa: “Sempre foi esse sofrimento. Até que hoje tá tranquilo, tá vazio. Tem dia que o negócio é feio”. Sucateamento A falta de manutenção é visível em várias estações. Banheiros em condições precárias, escadas rolantes quebradas e acessibilidade comprometida dificultam a vida de quem depende do serviço. “Muita falta... ainda mais eu que sou fibromiálgica, então subir escada fica muito difícil. A gente quer reclamar, mas parece que a nossa voz não sai”, desabafa Ana, cuidadora de idosos. O preço da passagem é de R$ 7,60, com tarifa social a R$ 5. Muitos consideram o valor alto diante da qualidade do serviço. “Pelo serviço que eles oferecem tá caro – 7,60 tá muito caro... caro demais”, afirma Jeferson Cabral de Santana, militar. Concessão desde 1988 A concessão da Supervia começou em 1998 e, desde então, enfrenta desafios. Em 2023, a empresa comunicou ao governo que não tinha condições de continuar operando, citando prejuízos com a pandemia, furto de cabos e congelamento da tarifa. Um acordo judicial prorrogou a operação até março de 2026, quando um novo operador deve assumir o sistema. Três meses de transição A secretária estadual de Transportes, Priscila Haidar Sakalem, afirma que o governo trabalha para garantir uma transição sem prejuízo ao passageiro. “A nossa expectativa é janeiro e março a gente tem Supervia e o novo administrador coexistindo. E a partir de abril o novo operador já toca a operação pelo período de cinco anos”, explica. Apesar das promessas de melhorias, os problemas de vandalismo e insegurança persistem. “Temos o GPfer, que é um grupamento ferroviário composto por policiais militares, e a gente age em conjunto com toda a força policial do estado”, diz a secretária, que destaca ações para reduzir furtos de cabos e melhorar a segurança, mas reconhece que ainda há muito a ser feito. O que dizem os citados A Supervia informou, em nota, que investiu junto com o governo do estado cerca de R$ 160 milhões no sistema no último ano. Segundo a concessionária, os recursos foram aplicados em reformas estruturais, como troca de dormentes e recuperação da sinalização, o que resultou na redução do tempo de viagem, principalmente nos ramais Santa Cruz e Japeri. A empresa declarou ainda que a média de passageiros aumentou 10% desde então. A Polícia Militar afirmou que as equipes atuam com patrulhamento preventivo nas plataformas, acessos e áreas internas das estações, além de realizar rondas embarcadas e reforço nos horários de maior fluxo.